segunda-feira, 17 de junho de 2013

vacinaçao


Motivo para adiar
Resfriados, alergias e pequenas indisposições não são motivo para postergar a imunização. Mas o pequeno não deve ser vacinado se tiver febre ou algum problema mais grave, como pneumonia, infecção urinária e quadros virais que provoquem manchas vermelhas na pele. “A vacinação também é contraindicada se a criança estiver usando medicamentos que baixam a imunidade, como corticoides”, alerta Kfouri. Na dúvida, consulte o pediatra.

Reação não é sinal de eficiência
 Com exceção da BCG intradérmica – que é dada ainda na maternidade e deixa uma marquinha na pele quando acontece a pega –, não se espera que nenhuma vacina dê sinais de que o sistema imunológico passou a produzir anticorpos contra a doença. “Não há por que se preocupar”, garante Ana Paula Moschione, médica assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança de São Paulo. Afinal, as vacinas já foram testadas e se mostraram eficientes. Em situações especiais, exames de sangue podem verificar a proteção contra rubéola e hepatites A e B. Além disso, apenas de 10% a 15% das crianças apresentam reações – como febre, irritabilidade e dor de cabeça ou no local da picada – e, mesmo nelas, os efeitos são brandos. “A maioria não tem nada, o que não significa que a vacina foi inútil”, afirma Ana. Se seu filho for do time que se ressente com a vacina, é fácil resolver. Faça compressas frias no local da picada até 24 horas depois da aplicação. Desse período em diante, se o inchaço continuar, use compressa quente. Caso haja dor ou febre, pode dar o analgésico ou o antitérmico recomendado pelo pediatra. Mas nunca utilize esses medicamentos preventivamente, antes da vacina, pois eles interferem em sua ação.

A gotinha é segura
Talvez você tenha ficado ressabiada quando, no segundo semestre do ano passado, veio a público o caso do menino de 1 ano e 4 meses, de Pouso Alegre (MG), que desenvolveu paralisia após receber a terceira dose da vacina antipoliomielite em gotas. Na época, o Ministério da Saúde esclareceu que casos de contaminação são raros e acontecem na proporção de 1 para cada 3 milhões de doses aplicadas. Anunciou também que estudava a substituição da vacina em gotas, Sabin, pela injetável, Salk, na imunização de bebês no primeiro semestre de vida, os mais vulneráveis. Mudança feita! A partir de agosto, os postos de saúde vão aplicar a pólio injetável em crianças que iniciam o processo de imunização. Para as demais e nas campanhas, continuam as gotinhas. “A diferença é que a vacina injetável usa o vírus inativo, menos agressivo do que o vírus atenuado da versão oral”, explica Ana. Nas clínicas particulares, a injetável já é oferecida conjugada com a pentavalente.

Quando aderir às campanhas
 O objetivo da vacinação em massa é formar uma muralha de proteção imunológica para que, se alguém for contaminado fora do país, a doença não se espalhe. Se seu filho está com a vacinação em dia, a participação fica a seu critério. Caso ele tenha recebido uma vacina recente, não existe risco em imunizá-lo contra a mesma doença. “O único reforço que sempre aconselhamos é o da Sabin. Nem tanto por um cuidado pessoal, mas para proteção da comunidade”, diz Ana. O vírus da vacina, enfraquecido, se espalha pela população, criando uma imunização indireta, benéfica a todos.
As doenças vão... e voltam!
No ano passado, a Organização Mundial da Saúde fez um alerta para o risco de surtos de sarampo em vários países e, por aqui, a coqueluche voltava a dar as caras. Por que doenças que contam com vacinas há tanto tempo estão ressurgindo? Não dá para analisar o efeito da imunização do ponto de vista individual. Como explica Nudelman, quando se pensa numa população, pode ser que poucas pessoas tenham sido imunizadas, que a pega da vacina usada era pouco eficiente ou que ela tivesse duração limitada. “Sem falar que nenhuma vacina é 100% eficaz”, diz o médico. No caso da coqueluche, a maior taxa de contaminação ocorre hoje entre adolescentes e adultos. Nesse público, a doença é confundível com resfriado e não traz maiores complicações. O problema é se o infectado entra em contato com um bebê não vacinado. “Neles, a doença é grave. Por isso, é importante renovar a aplicação da vacina em babás, pais e professores que convivem com crianças pequenas”~

O que vem por aí
Todos os dias aparecem novidades: “Uma das promissoras é a vacina contra dengue, que deve chegar em 2013”, destaca o pediatra Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. Novas versões de vacinas conjugadas contra a meningite bacteriana também estão a caminho. E o Instituto Butantan, em São Paulo, pesquisa uma versão anticoqueluche específica para bebês. Atualmente, a imunização é feita com o vírus inativo, que leva o sistema imunológico a produzir anticorpos capazes de combater a bactéria ativa. Mas esse processo não funciona bem quando as defesas do organismo ainda são imaturas. Como alternativa, os pesquisadores desenvolvem uma linhagem da bactéria da turbeculose que promove o combate à coqueluche desde os primeiros meses. Já foi testada em camundongos com bons resultados, mas ainda não há previsão de chegada ao mercado.

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